quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A vida segue e a caravana passa.

então, que eu tenho um novo blog. eu não sei bem definir como me sinto quando eu faço isso, mas de qualquer forma eu não tenho muito do que reclamar. não é fácil ser jovem nos dias de hoje, e principalmente não é fácil ser uma jovem, digamos, com parâmetros diferentes dessa conotação de jovem tão em voga por aí. percebe como é difícil se diferenciar nesse mundão todo? pessoas se fodendo para valores, crenças, a moda "bitch" que, meu deus, não vejo a hora de acabar e toda essa pentelhação para que você também siga os mesmos passos. é o que você menos quer não é mesmo?

no entanto, mesmo com toda essa pressão externa, não tenho do que reclamar. tenho uma família legal, uma vida praticamente normal, sim, com seus problemas, com sua falta de grana habitual de alguém que ainda está escalando a classe média, mas vivendo relativamente bem, tenho amigos ótimos e estudo em uma das melhores faculdades do país. não se trata aqui de "óh, então tá reclamando do que meu bem?", meu ponto é que: NINGUÉM ESTÁ SATISFEITO COM NADA. sim, assim como você, cara pálida, ainda está faltando algo em minha vida. esse algo não me tira o sono, nem me faz ter pensamentos psicóticos e comportamentos explosivos, porém, é aquela coisinha que você sente dentro do peito quando tudo o que você conquistou até este exato momento não é suficientemente satisfatório para que você se sinta realizado. nada é o bastante, e a menos se você for um Dalai Lama ou um escritor de auto-ajuda de beira de esquina não vai saber como adquirir essa realização, mesmo que tenha planos infindos circulando em sua massa cinzenta.

o que exatamente é esse "algo", você pode me perguntar, eu já não saberei como responder. o objetivo da sociedade ocidental é chegar aos meios que tragam a Felicidade, ou algo aproximado disso, segundo a concepção pós-revolução francesa. mas chegamos no momento em que até a própria concepção de felicidade é relativizada. eu não penso que a Felicidade é um estado afastado, algo que as pessoas ainda não encontraram em algum momento de suas vidas, aliás, eu até bem penso que já dei um "oi" para ela em fases passadas, assim, bem de leve. ela é uma entidade fictícia propagada e exaltada a fim de trazer esperança às pessoas, tanto que não é a toa que aquele lixo humano chamado Paulo Coelho é vendido tanto. as pessoas buscam isso. a realização, a "felicidade", o puro prazer de se sentir bem consigo mesmo e com os demais.

no começo do ano tive a oportunidade de folhear uma edição da revista "superinteressante" onde foi publicada uma matéria sobre isso. a revista não é das melhores, eu sei, e hoje em dia consegue chegar ao ponto de publicar numerologia e tarô ao invés da ciência. agora o tema não se restringe à filosofia, mas também é base para estudos científicos. e era interessante, falava sobre uma pesquisa feita com estudantes universitários nos EUA que relacionavam a felicidade à capacidade de fazer amigos e criar laços afetivos com eles. parece óbvio, mas não é, seguindo o que a maioria relaciona ao ser questionada: dinheiro.

o que eu farei se atingir esse grau de maturação? aí eu já nãotenho certezas. mas como disse anteriormente, estarei pensando no que fazer um pouco adiante...

um foguete, talvez.

postando ao som de: pavement - in the mouth of a desert

Nenhum comentário: