quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Então, é Natal...

aqui em casa há muito tempo não se comemora o Natal. não como o tradicional Natal é comemorado. antigamente vinham meus familiares, minha mãe preparava um monte de comida gostosa, farofa com vários ingredientes misturados, peru natalino, vários tipos de frutas sobre a mesa forrada por uma toalha rubro-verde, presentes e tudo o mais que o figurino manda.

ontem não foi diferente. meu pai comprou um pedaço de picanha, cerveja, vinho. nada de panettone, uva passa (já que eu como uva passa o ano inteiro, adouro!), fruta nenhuma, ave sem-graça nenhuma e foi ótimo. estávamos com a família da cunhada, só entre nós, na mesa. comemos, bebemos, esperamos dar a meia-noite para desejarmos o "feliz natal" e cada um foi para sua devida casa.

tá certo que a minha mãe ainda enfeita toda a casa, o que é muito estranho. ela adora esses papais-noéis em miniatura que dançam, rebolam e fazem a festa, arma uma árvore de natal imensa no meio da sala, compra todo ano aqueles negocinhos que ficam pendurados na porta do lado de fora da sala, luzinhas, e etc. de certo modo, acho que ela ainda é ligada a todo esse tradicionalismo de classe-média. e eu, a cada ano recebo menos presentes, o que me leva à conclusão que eu estou ficando velha.

não ouvi a Simone cantar "então é natal...", não vi o especial do Roberto Carlos, não lembrei da missa do galo, cinco minutos antes de sair de casa ainda estava entretida no "A Estrada" do Cormac Mccarthy (ô livro bão, viu), e também não mandei, nem recebi cartão de natal nenhum, diferentemente de alguns Natais passados. por outro lado comi bastante rabanada, que eu fiz, logicamente, pois minha mãe não sabe (ou não gosta) fazer.

mas de qualquer maneira, feliz natal, a quem comemora ou não!

postado ao som de: R.E.M - man on the moon

Pills, powders & passion play

Hey, I know your face,
I've seen you on some TV-show
then we laugh and bullshit on
it's a hollow scene with a sickening glow

but we still tag along
with our pills & powders & passion plays
and we somehow feel relief
about halfway through the second case

now here comes Judas with his halo on
giving away the secrets of the trade
feeling all alone
filthy rich from the hits that he's made

and in his bedroom
hang the posters of the heroes he once had
faded, yellow, brittle and old

I'll get the Port out
and I'll drink to all the hopes that I once had
before I go to bed to dream on....

but we still tag along......... etc

*Download*

Postado ao som de: Motorpycho (with Jaga Jazzist Horns) - Pills, powders & passion play

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Felinicidade

vou contar uma histórinha. nas férias passadas (leia-se mês de julho) um serzinho branco de manchas amarelas e pretas de pouco mais de 30 cm apareceu na garagem, fazendo um estardalhaço danado. além de se enfiar embaixo das rodas do carro do meu pai, cismou de ficar lá durante um tempo indeterminado à contagem de tempo usada pela raça humana, o que se deu numa exasperada vontade no meu pai de dar um fim ao felino em questão (o que logo depois também foi constatado que o tal felino era um felino fêmea ou uma felina, mas eu não tenho certeza se essa palavra existe, então whatever).

de um salto consegui tirar a criaturazinha da garagem, salvando-a. ela, tão dócil quanto uma javali-mãe protegendo seus filhotes. a gata arranhou-me in-tei-ri-nha, queria porque queria vingar-se de não sei o que em mim, talvez das injustiças sociais que ela sofrera por parte daquela conhecida população que não gosta de gatos, e por sua mãe, esta que não pode prover o sustento necessário aos seus rebentos e portanto deu-se no direito de largá-los. ou o dono da desconhecida progenitora fez o serviço sujo pelo motivo ultra-citado, enfim, voltando ao assunto, depois de ter me esquivado de suas perigosas unhadas, tratei de alimentá-la pois ela, como uma vira-lata legítima beirava a anorexia compulsória. tive dó neste momento. meu coração fica ultra dolorido em duas situações: a primeira é ver bichinhos passando fome na rua e a segunda é quando a cerveja não gelou o suficiente no freezer.

depois de seis meses, meu amor felino continua firme e forte aqui em casa pois eu sei que ela me ama reciprocamente. talvez de uma forma diferente, eu sei. ela é a primeira gata que eu tive. confesso que não era tão ligada nesse bichinho, mas aí quando ela vem de mancinho, e cai na minha graça, no meu charme, fica tão fácil.

pra terminar, uma pílula de sabedora, mesmo sendo do Bukowski, que embora gênio para alguns, eu só considero superestimado ou só um velho tarado que tinha um bloquinho de anotações, mas que adorava escrever sobre gatos. especialmente sobre os nove com quem ele dividia seu apartamento.

"É bom ter um monte de gatos em volta. Se você está mal, basta olhar pra eles e fica melhor, porque eles sabem que as coisas são como são. Não tem porque se entusiasmar com a vida, e eles sabem. Por isso, são salvadores. Quantos mais gatos um sujeito tiver, mais tempo viverá. Se você tem cem gatos, viverá dez vezes mais que se tivesse dez. Um dia, isso será descoberto: as pessoas terão mil gatos e viverão para sempre."
- Charles Bukowski

postado ao som de: ritchie - fala (por osmose)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Doutor Plínio

-alguma queixa?
-ãhn... não... quer dizer, eu ando sentindo um pouco de cansaço e monotonia... nada demais. eu ando sentindo dores de cabeça, tipo constantes. principalmente pela manhã, vc sabe...
-(esfrega a cabeça careca)
-...
-pois bem...
-(começo a brincar com a alça da minha blusa)
-suas dores são constantes?
-mais ou menos, não são constaaaaantes... na verdade eu nunca lembro a média...
-bem... você vai fazer os exames e...
-e...?
-sim, você faz os exames e...
-(começo a pensar em falar que ele já disse isso, o que eu queria era o que ele ia dizer em seguida e que pelo menos completasse uma porra de uma sentença, mas achei melhor ficar quieta. vai que ele me acha uma mal-educada)
-tome algum analgésico caso sinta qualquer desconforto.
-ok.
-e venha buscar os exames... ãhm... quando eles ficarem prontos.
-ok, mas e o cansaço? o que pode ser?
-bem...
-(eu não devia ter perguntado)

após um cinco minutos ele responde. ele é um pouco senhor de idade, acho que ele está pra aposentar. disse que não pode saber a partir dos meus sintomas. mas me alertou que eu preciso diminuir a cafeína de todo santo dia. eu falei pra ele que era um pouco viciada e que era difícil parar e ele disse pra diminuir de qualquer maneira. enfim.
eu devia ter feito medicina.

postado ao som de: the twilight singers - the killer

Me pouke, vai



Em todos os lugares há idiotas. Geralmente é a maioria.

Verdade inequívoca essa.
Não que eu ande por aí achando que as pessoas são idiotas, observando caras e diálogos pra dar o meu carimbo de stupid people em suas testas adolescentes. Feita a ressalva, realmente é uma verdade inconveniente.
Pode mesmo parecer ranzinza, coisa de nego mal-amado, implicância de desocupado.
Coisa bem simples de se fazer nessa pós-modernidade é encontrar um idiota, daqueles idiotas vocacionais. Faça login no seu orkut (que eu sei que você tem um), veja as atualizações da galera que você vai ver quantos estão se pokeando por esse mundo de meu Deus. Sim meu caro. Você aí que está alheio às novidades estranhas da internet, agora tem-se bonequinhos no profile, que você mesmo monta, na medida em que acha que um bonequinho baixinho e cabeçudo daqueles pode parecer com você de alguma maneira. É tipo um second life de pobre, no qual você simula diversas interações estranhíssimas com seus pares: Fulano deu um 'abraço de urso' em Ciclano, Joventino deu um tapa no traseiro do Maroquinha, Colegial-barbie.girl fez cócegas em Amiga-mais-sincera-de-todas, Bolero-gatinho-da-balada deu risada junto com Hardecore-de-óculos-quase-cult. Bem vindo ao nosso mundo virtual pós inclusão digital.

Diz-se que o Second Life não é jogo, é Simulador social. Ora, se já se pode dar risada, contar piada, fazer fofoca através de vuduzinhos, pra que ter uma vida social realmente real, afinal essa me parece assim muito menos interessante. Escrevamos em nossos teclados o script da nossa semana. Imagino o sentimento de irmandade que não devem ter duas pessoas que dão risadas juntas via Buddy Pokke. Sim porque a graça nunca acaba. Aquele momento ficou registrado em algum byte aleatório pela internet, e essa ainda não é a graça maior.
O grande barato do 'Buddy Pokke' (além da grande semelhança com o Chuck, claro) é na verdade a vontade de mostrar pro mundo o quanto você é bem relacionado com as pessoas, o quanto aquela sua amiga é essencial pra você (essencial se tornou a palavra mais digitada do orkut), o quanto vocês são zuera dando risadas juntos (nóis é foda!), e quantos 'bafões' da galera vocês compartilham juntas, dado o grau de intimidade nuclear que vocês têm.
Afinal, 'tecnologia existe pra salvar o homem do fim, se você estiver triste, delete a tristeza assim'.

Juventude, vá ler nelson rodrigues e deixe de ser besta.

Nota da editora:
Texto gentilmente cedido pelo Jorge, meu enviado especial da nossa Terra Brasilis.

(ps: e eu ainda acho que a versão natalina do BuddyPoke não passa de uma conspiração a nível mundial de interesses duvidosos, escreve o que eu tô dizendo).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

belo & sebastião

acontece que eu não consigo pensar em outra coisa a não ser no fato de que o belle & sebastian, apesar de não se comparar aos discos anteriores, me faz sentir mais humana (blergh, essa foi péssima, eu sei, e emo, e tudo o mais que você pode imaginar em valores sentimentais). e digo mais ainda: se eu fosse uma banda eu ia ser como o belle and sebastian. mas como eu não sou, felicidade minha ou não, volto à minha programação normal.

obviamente eu não sirvo muito bem pra fazer resenhas altamente fidedignas portanto creio ser possível aos pseudo-leitores denotar que tudo isso aqui não passa de uma mera divagação costumeira de uma mente desocupada sobre um assunto que eu não domino, mas que eu gosto e é isso o que importa. ponto.

e lembrando também que o Jorge não gosta muito dos textos das bandas que eu acho bacanas. ora, mas também quem mandou ouvir a mallú magalhães?

a coisa mais linda dessa banda de Glasgow é que as melodias, além de harmoniosas e cutes, ligam-se totalmente às letras, essas um pouco de agri-doces, já que falam sobre relacionamentos ferrados e coração partido, em sua maioria. música de fossa, pra ser bem sincera. eu não vou me delongar muito a esse respeito. ouçam e sejam felizes. o que houve anteontem é que eu não tinha me ligado que havia um disco de covers da banda circulando na net, tipo já há dois anos. eu possivelmente devo ter ouvido mas me esquecido, e o disco foi-se embora junto com a maldita formatação do começo do ano passado a qual me levou à tristeza profunda ao ver todo o meu trabalho nerdístico de procura por bandas malucas indo ralo abaixo...

ouvindo o tal "a century of covers" eu percebi o quanto o disco é todo delicioso, as gravações são divinas, e as bandas, apesar de garageiras-lo-fi-quem-se-importa-com-elas-senão-elas-próprias, conseguem trazer muito do espírito belleandsebastiano (habla sério... vc curtiu essa, vai...). as músicas que mais me chamaram a atenção no disco são: a primeira, em italiano, versãozinha de "get me away from here i'm dying" aqui chamada de "portami via di qua sto male" da banda Pertubazione; "Sleep the clock around" também merece menções honrosas feita pela banda Mr. 60, só porque gravaram uma das minhas favoritas... ah "The Fox in the Snow" com Lucid Evening Sky quase me levou às lágrimas... quase.

todo mundo sabe que essa coisa de fazer tributo, além de perigosa, pode ser muito indigesta. é um disco bacaninha que você pode ouvir no carro, por exemplo, sem correr o risco de sofrer um acidente porque ouviu uma curtição com a cara dos escoceses e ficou puto. nada disso. sem muitas surpresas (até porque eu acho essa coisa de inovar músicas já consagradas uma tremenda sandice), mas com um gosto todo especial de fofurice que fez dessa banda uma das minhas favoritas.


postado ao som de: canadians - like dylan in the movies (nota mental: pesquisando melhor sobre a banda, descubro que ela não é canadense, mas sim do "país da bota") ;)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

do poder do "bullying"

então que ontem (domingo) começou o primeiro dia dos três que ocorrerão as provas do vestibular da Unesp, disputando vagas para o ano que vem. o dia das barrinhas de cereal, garrafinha de água mineral, nervosismo, unhas roídas e fiscal mostrando as instruções ao aplicar a prova. enfim, tudo aquilo de estranho, cuja impotência você sente ao olhar os ponteiros do relógio voando e mostrando que você tem pouco tempo e não completou nem 50% da prova. a luta contra o relógio, sim, pois ele que vai determinar se você fará a prova tranquilamente bem, ou já vai se preparando pra pôr sua mente em ordem para o próximo vestibular, no ano seguinte.

eu, no total, passei por este tormento 3 vezes. 3 anos com as barrinhas de cereal, a garrafinha d'água e as fiscais, todas umas mocréias chatas pra cacete prontas pra levar você para a forca. tá, eu tô exagerando. lembro que no segundo vestibular (em 2006) eu fiz a prova e fiquei esperando na calçada pelos meus pais que iriam me buscar de carro em seguida à prova. e eu fiquei lá esperando, sentadinha, com meu mp3 player tocando uma música qualquer do Death Cab For Cutie super de goods quando me aparece uma menina, de aproximadamente 8 anos, um anjo de menina. ela sentou do meu lado e começou a zoar o meu cabelo (que na época era vermelho) e o meu tênis que também era vermelho, despropositadamente combinando! aí era agüentar o "pé vermêio" e "estrainha do cabelo de fogo" repetidamente e exaustivamente até chegar o carro do meu pai, finalmente, uma meia hora depois dela aparecer pra me torrar o pouco que sobrou da minha paciência pós-vestibular...

conclusão: fique longe de crianças, a menos que tenha certeza de que elas não irão te morder.

postado ao som de: the sad snowman - my wandering days are over (belle and sebastian cover)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Raquéis


"A patch of red-orange iodine
moves into a clotter sky
Don't give in just yet

Don't give in

A group in service uniforms
stand outside a wooden door
She's laughing, it's over

Time has been strange
oh...
Last things last is not enough

You can't accept this

Don't give in just yet
I hope that last things last past
these first charms,
these pale charms
I hope that last things last,
a hook or a flake
to hold on so you don't break"

Rachel's - Last Thing Last

porque eu acho essa música o máximo da meiguice. porque ela combina com chuva de verão. porque bandas neo-clássicas são poucas e preciosas. porque eu acho que coisas assim deveriam ser compartilhadas com o mundo.
eu (símbolo de coração do msn) malvados.com

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

pecados de Capitu

Beleza, então que eu agora vou falar dessa série nova que a Rede Globo está exibindo todos os dias no fim da noite, quando sua mãe e seu pai desistem de cochilar no sofá após a novela: "Capitu". Eu nem vou citar que essa série não tem a pretensão de ser a obra mais que genial de Machado de Assis (muito embora eu concorde, sim, a pretensão é essa mesma), nem que Luiz Fernando Carvalho quer na realidade fazer uma releitura da obra assim separando o joio do trigo, o literário da cultura de massa, cada um no seu quadrado. tanto que fazer uma espécie de "adaptação" perfeita seria incongruente vistos os diferentes tipos de linguagem usados em cada um. Eu diria que o diretor se "apropriou" da obra a fim de transportá-la à televisão, modificando certos mecanismos, como o foco narrativo por exemplo, e aí é que começa o problema. Nunca vi nenhuma "adaptação" conseguir não destruir os pontos principais da obra de Machado, porque mesmo todo o esforço que ele, Luiz Fernando Carvalho, tomou, com seu um milhão de reais investidos por capítulo na série e uma imensa equipe de produção, faria com que "Capitu" se tornasse fiel à "Dom Casmurro".

Problema porque, fala sério, essa experimentação "vanguardista" com tons monocromáticos e envelhecidos já foi legal, em alguma época longínqua dos videoclipes. O Luiz Fernando Carvalho definitivamente não é o Charlie Kauffman. Essa retomada de cenas, superposição de camadas em abordagem teatral, com gestos, gracejos e surrealismo fantástico a lá Teatro Mágico como pano estético é todo um saco, e nesses dois capítulos assistidos as palavras que mais definiram a série foi: "linguagem excessiva". o que me segurou no sofá foi a linda trilha sonora. Sim, bato palmas de pé para ela, e assumo. Beirut (com seus trompetes e bandolins do leste europeu) e Black Sabbath nunca me pareceu tão estranho e agradável juntos.

Acredito que todos os cortes e retomadas de cenas, jogos de câmera e cenografia seja uma aposta dessa onda não-convencional que tanto agrada esses vanguardistas malas para aproximar um pouco da narrativa de Machado, toda "picotada" por devaneios e divagações. Sem chance. Todo esse rebuscamento sensorial cansa a vista. O cara lá recitando alguns trechos do livro (é o Michel Melamed?) melhora um pouco a situação enquanto o Bentinho meio afeminado tenta seduzir a Capitu, essa sim um show à parte de interpretação, mas que ainda continua a dar moral ao Bentinho, conforme a tradição manda. E nesse balaio de gato ainda conseguem ter a pachorra de inventar de colocar umas referências caóticas (não as referências em si, mas o CONJUNTO delas), tais quais rock life style, cinema mudo e Maria Antonietta. nãããããããããããão!

Os olhos de cigana oblíqua e dissimulada nunca choraram tanto...

postado ao som de: beirut - elephant gun

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

o lado desocupada das férias

minha mãe ainda não se adaptou ao fato de que sou uma pós adolescente de 20 anos nerd com crises existenciais EM FÉRIAS. isso é um saco. toda hora ela tem que ficar me lembrando que eu deveria fazer algo além de sair da frente da tv ou do computador, ou que eu tenho que arrumar meu quarto, ou fazer qualquer outra coisa que não inclua jogar sudoku, ou baixar músicas aleatórias de bandas que ninguém ouviu falar, ou assistir filmes de faroeste na televisão. parece que toda mãe tem um dispositivo para que seus filhos reajam à vida moderna burguesa. eu prefiro continuar a acreditar que ela só está implicando comigo mesmo.

nestes últimos dias descobri algo inusitadamente fantástico. o prazer de fazer atividades físicas. não, eu não virei nenhuma escrava da academia ainda, e nem tive meu cérebro corroido por musiquinhas "putz putz" que se alastram nesses lugares. mas sim estou percebendo como isso está me fazendo um bem danado. ano passado eu cheguei a um nível tão sedentário que andar por 2 quarteirões fazia perder meu ar completamente, me fazendo parar para respirar e tomar ar novamente. veja, eu sou uma menina de 20 anos que não fuma. e meu pulmão deveria de ser razoável visto os anos todos que fiz natação (mas que por preguiça abandonei). infelizmente não sabemos direito os caminhos da vida que percorremos, só que agora é hora de retomar os velhos hábitos! juro, agora me sinto tão disposta, que posso correr por uma hora sem correr o risco de ter um aneurisma do tanto que isso tem melhorado a minha disposição. sinto até que posso correr mais, assim aumentando o tempo de corrida gradativamente, após, logico, uma caminhada de aquecimento. e depois dá-lhe mais passadas com o velho e inseparável adidas. adorável. e as férias estão só começando.

postado ao som de: sonic youth - karen revisited

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

bentinho & capitu

Galera... como visto ontem, Capitu sem chance né?

eis aqui a melhor homenagem aos 100 anos do machadão.

postado ao som de Radiohead - High and Dry

A vida segue e a caravana passa.

então, que eu tenho um novo blog. eu não sei bem definir como me sinto quando eu faço isso, mas de qualquer forma eu não tenho muito do que reclamar. não é fácil ser jovem nos dias de hoje, e principalmente não é fácil ser uma jovem, digamos, com parâmetros diferentes dessa conotação de jovem tão em voga por aí. percebe como é difícil se diferenciar nesse mundão todo? pessoas se fodendo para valores, crenças, a moda "bitch" que, meu deus, não vejo a hora de acabar e toda essa pentelhação para que você também siga os mesmos passos. é o que você menos quer não é mesmo?

no entanto, mesmo com toda essa pressão externa, não tenho do que reclamar. tenho uma família legal, uma vida praticamente normal, sim, com seus problemas, com sua falta de grana habitual de alguém que ainda está escalando a classe média, mas vivendo relativamente bem, tenho amigos ótimos e estudo em uma das melhores faculdades do país. não se trata aqui de "óh, então tá reclamando do que meu bem?", meu ponto é que: NINGUÉM ESTÁ SATISFEITO COM NADA. sim, assim como você, cara pálida, ainda está faltando algo em minha vida. esse algo não me tira o sono, nem me faz ter pensamentos psicóticos e comportamentos explosivos, porém, é aquela coisinha que você sente dentro do peito quando tudo o que você conquistou até este exato momento não é suficientemente satisfatório para que você se sinta realizado. nada é o bastante, e a menos se você for um Dalai Lama ou um escritor de auto-ajuda de beira de esquina não vai saber como adquirir essa realização, mesmo que tenha planos infindos circulando em sua massa cinzenta.

o que exatamente é esse "algo", você pode me perguntar, eu já não saberei como responder. o objetivo da sociedade ocidental é chegar aos meios que tragam a Felicidade, ou algo aproximado disso, segundo a concepção pós-revolução francesa. mas chegamos no momento em que até a própria concepção de felicidade é relativizada. eu não penso que a Felicidade é um estado afastado, algo que as pessoas ainda não encontraram em algum momento de suas vidas, aliás, eu até bem penso que já dei um "oi" para ela em fases passadas, assim, bem de leve. ela é uma entidade fictícia propagada e exaltada a fim de trazer esperança às pessoas, tanto que não é a toa que aquele lixo humano chamado Paulo Coelho é vendido tanto. as pessoas buscam isso. a realização, a "felicidade", o puro prazer de se sentir bem consigo mesmo e com os demais.

no começo do ano tive a oportunidade de folhear uma edição da revista "superinteressante" onde foi publicada uma matéria sobre isso. a revista não é das melhores, eu sei, e hoje em dia consegue chegar ao ponto de publicar numerologia e tarô ao invés da ciência. agora o tema não se restringe à filosofia, mas também é base para estudos científicos. e era interessante, falava sobre uma pesquisa feita com estudantes universitários nos EUA que relacionavam a felicidade à capacidade de fazer amigos e criar laços afetivos com eles. parece óbvio, mas não é, seguindo o que a maioria relaciona ao ser questionada: dinheiro.

o que eu farei se atingir esse grau de maturação? aí eu já nãotenho certezas. mas como disse anteriormente, estarei pensando no que fazer um pouco adiante...

um foguete, talvez.

postando ao som de: pavement - in the mouth of a desert

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Filosofia Pavement

" I wanna range life
If I could settle down
If I could settle down
Than I would settle down"

porque poucas são as bandas que conseguem transmitir tanta sinceridade por ondas acústicas...

" Glance, don't stare
Soon you're being told to recognize your heirs
No, not me -- I'm an island of such great complexity
distress surrounds in the muddy peaceful center of this town
Tell me off
in the hotel lobby right in front of all the bellboys and the
over-friendly concierge"

e já que eu estou ouvindo o grupinho californiano um pouco mais que meus ouvidos conseguem permitir...

" Darlin' don't you go and cut your hair
Do you think it's gonna make him change?"

não consegui me aguentar de vontade de postar sobre ela, um tiquinho que fosse...

" Old to begin -- I will set you back, set you back, set you
Old to begin -- I will set you back, set you back, set you"

e como de fato não aguentei...

"I've got a lot of things I want to sell, but
not here, babe - you took them all"

apenas porque eu também não tenho nada muito importante pra fazer, além de postar letras de bandas que nem existem mais, mas que, no entanto, ainda me fazem perder alguns minutos das minhas férias cantarolando e dançando ao som dela...
Meu 4º blog e fazendo de conta que é o primeiro...